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Psicoterapia: Parte do problema ou da solução?

"Jornada da agenda lotada para psicólogos" "Marketing digital para captação de clientes na clínica" "05 dicas de como se tornar um terapeuta de sucesso"


Nos últimos tempos, com o aumento do uso das redes sociais para a divulgação de serviços variados, tenho pensado em como a Psicologia tem se inserido nesse processo. Imersos na lógica neoliberal, ser “empreendedor de si” se tornou a grande virada de chave para lidar com um cenário onde as oportunidades e condições de trabalho estão cada vez mais inexistentes e que o “quem não é visto não é lembrado” se faz imperativo para demarcar a existência na profissão e no mundo.


Penso cá: qual a qualidade de um serviço que envolve qualificação pessoal, supervisão, tempo, escuta e acompanhamento do outro quando a agenda está lotada de casos? O que é ser um terapeuta de sucesso? Com que objetivos se capta clientes na clínica?Caímos e reproduzimos a lógica que adoece as pessoas que nos procuram. Adoecemos, por consequência, nós também. Tenho a impressão de que estamos reproduzindo o esquema fabril de atendimentos em série, que por si mesmo denuncia uma forma específica de se pensar e fazer psicologia.


Do outro lado, quem procura por atendimento psicológico chega com uma ideia específica de psi e do fazer profissional que acaba sendo retroalimentada por essa lógica. Estamos numa sinuca de bico.


É inquestionável a importância e as ricas possibilidades que as redes sociais trazem para os diversos profissionais que por aqui habitam. É massa demais que existam profissionais usando desses espaços para potencializar seus trabalhos, produzir saúde, cuidado e trocas. Agora, com que finalidade? Estamos sendo parte do problema ou da solução? As (os) profissionais da psicologia têm uma grande questão para investigar.

 
 
 

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